Com volta às origens indígenas, Cabocão quer vitória no UFC pela mãe, que batalha contra câncer

Com volta às origens indígenas, Cabocão quer vitória no UFC pela mãe, que batalha contra câncer

29 de abril de 2021 Off Por Redação

Peso-galo sobe para lutar nos penas neste sábado após lesão de adversário, assim como Luke Sanders, que recebe o brasileiro na categoria de cima. Cabocão busca segunda vitória no UFC

Após 16 meses sem lutar no UFC e em meio a um turbilhão na vida pessoal, Felipe “Cabocão” Colares volta a lutar no próximo sábado, em Las Vegas, contra Luke Sanders, no peso-pena (até 66kg). Ele conversou com o Combate exibindo um chapéu enorme e um dente de onça pendurado no pescoço, e explicou que tudo faz parte da volta às origens em busca de motivação: “Estou entrando no personagem”.

– É o estilo que aderi quando era do Jungle Fight. No UFC meio que esqueci, e agora estou voltando às origens. Quando entrei no UFC, acabei perdendo um pouco daquela garra, da gana, daquele sangue que é tucuju, lá do Norte, aquele sangue indígena, que é o que me botou dentro do UFC. Quando cheguei, perdi aquela confiança. Sou do Norte, sou indígena, e se cheguei aqui foi por isso. Tenho que voltar a fazer isso e mostrar a todas as pessoas que me acompanham lá que elas podem também.

O dente de onça pintada no pescoço foi um presente do pai Júnior, ainda aos 10 anos, e que virou um amuleto que estava esquecido. Junto com o chapéu, Cabocão espera pela aprovação do Ultimate para entrar com eles na chegada para a luta.

– Minha mãe é indígena e meu pai é de origem portuguesa. Os costumes que me foram passados foram os dos indígenas do Norte. Sou de Macapá.

A família tem sido uma preocupação grande para o lutador de 27 anos, dono de um cartel com nove vitórias e duas derrotas. A mãe Graciete, 50 anos, descobriu um câncer nas glândulas parótidas, e vai começar em breve o tratamento. O filho se emocionou bastante ao falar do assunto.

– Sou muito ligado aos meus pais e à minha família, e estou passando por um momento complicado agora. No meio do camp minha mãe acabou descobrindo um câncer, e foi um momento bem difícil para mim… É até difícil falar…Tiro isso como motivação. Ela é minha rainha. Minha mãe e meu pai são pessoas que me motivam muito, e isso foi forte para mim. Vou entrar lá com todo meu coração, vou entrar lá com eles, e vou sair vitorioso – prometeu.

Por Evelyn Rodrigues — Las Vegas, EUA / GE