Medina: qual o impacto de perder as duas primeiras etapas na briga pelo tetracampeonato?

Medina: qual o impacto de perder as duas primeiras etapas na briga pelo tetracampeonato?

25 de janeiro de 2022 Off Por Redação

Se voltar em Portugal, brasileiro vai ter três etapas para somar pontos e ganhar 12 posições no ranking para seguir na temporada

Gabriel Medina anunciou nesta segunda-feira que não vai disputar as duas primeiras etapas do Circuito Mundial de Surfe, no Havaí, para cuidar da sua saúde mental. O brasileiro é o atual campeão e soma três títulos mundiais. Mas qual seria o impacto da decisão na defesa do título?

Atualmente o circuito mundial de surfe tem 10 etapas. A temporada tem início no dia 29 de janeiro, com a disputa da tradicional etapa de Pipeline, no Havaí. E, em seguida, acontece a disputa em Sunset Beach, também no Havaí. Dessas duas etapas Medina não vai participar. Caso o brasileiro decida voltar, restariam oito etapas, e ele estrearia em Peniche, em Portugal, no dia 3 de março.

Cada surfista pode descartar dois dos resultados obtidos nas dez etapas que servem como classificação para a fase final do Mundial. Medina pode, então, não precisar dessas etapas iniciais. Mas não terá mais o conforto de poder ignorar um resultado ruim durante o resto do campeonato. Além disso, terá só 3 etapas para ganhar 12 posições no ranking para seguir na elite e na briga pelo tetracampeonato: além de Portugal, ele precisa ir bem em Bells Beach e Margaret River Pro, ambas na Austrália.

Gabriel Medina alega questões de saúde mental e desiste de etapas da WSL — Foto: Ryan Pierse/Getty Images
Gabriel Medina alega questões de saúde mental e desiste de etapas da WSL — Foto: Ryan Pierse/Getty Images

Isso porque depois da quinta etapa, metade da disputa, 22 dos 32 surfistas inscritos na temporada serão eliminados. Se estiver se sentindo melhor, Medina voltaria no início de março, em Portugal, precisando somar o maior número possível de pontos para continuar na segunda metade da competição, que tem etapas na Indonésia (maio), El Salvador (junho), Saquarema (junho), Africa do Sul (julho) e Taiti (agosto), antes da grande final prevista em setembro em Lower Trestles, onde os cinco melhores do ano se enfrentam.

Ivan Martinho, CEO da World Surf League (WSL) para a América Latina, explica a situação de Gabriel Medina na disputa do campeonato.

– O tour tem 11 etapas e está dividido em 3 partes (considerando que a WSL Finais seria uma etapa). São 36 atletas que começam agora a competição, no Havaí (considerando os quatro convidados da etapa). E depois de cinco etapas, somente 22 avançam para essa segunda fase da competição. E deles, os cinco melhores atletas vão para a grande final da temporada. O Gabriel precisa nas cinco primeiras etapas somar pontos para ficar entre os 22 melhores para ter acesso à segunda metade da competição.

+ Medina e a saúde mental: entenda polêmicas que afetaram o surfista
+ Neymar, Ítalo, Slater e outros se solidarizam com Medina após desistência
+ Yasmin apoia decisão de Medina: “Vi muito bem o que você passou”

Mesmo sem ficar entre os 22 melhores após cinco etapas, Medina poderia disputar a etapa de Saquarema, no Brasil, em junho, por exemplo, sendo um dos dois surfistas convidados pela organização.

Gabriel Medina tornou-se tricampeão mundial de surfe — Foto: Foto: WSL
Gabriel Medina tornou-se tricampeão mundial de surfe — Foto: Foto: WSL

– Se isso não acontecer (ficar entre os 22 após as cinco primeiras etapas), ele poderia receber um convite para disputar algumas dessas cinco últimas etapas como atleta lesionado. Isso porque o surfe tem a lógica do convite. Então, além dos 22 surfistas que vão disputar as últimas cinco etapas, há sempre dois convidados também, chegando a 24 surfistas por etapa – explica Ivan.

Normalmente as organizações de cada etapa usam esses convites para prestigiar atletas locais, jovens, estimulando o surgimento de novos nomes. Mas nada impede de que Medina use uma dessas vagas.

Por Redação do ge