Restrições à mobilidade podem impactar crescimento, diz Campos Neto
18 de dezembro de 2020O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou hoje (17) que há uma “suavização” recente na atividade econômica e que o aumento do isolamento social pode impactar o crescimento da economia, no curto prazo.
“Se houver atraso de vacinação que implique em mobilidade menor porque o número de casos está mais alto, a atividade econômica vai ter um impacto. Mas hoje nada indica que isso vai acontecer”, disse, ao apresentar o Relatório de Inflação, nesta quinta-feira (17).
Campos Neto destacou que há avanços no desenvolvimento de vacinas, o que deve levar a uma solução definitiva para a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus (covid-19).
Para o presidente do BC, o mercado financeiro “deixou de olhar para soluções temporárias”, como medidas de auxílio à população e às empresas, e passou a considerar a possibilidade de saída da crise. “Uma solução definitiva vai ser mais eficiente do que uma temporária”, disse.
Ele citou a liberação, hoje (17), pelo governo federal, de R$ 20 bilhões para a compra de vacinas. “Os esforços direcionados no sentido da vacinação são mais eficientes do que uma conversa sobre extensão do auxílio emergencial”, ressaltou.
De acordo com Campos Neto, é preciso esperar para avaliar os resultados das medidas relacionadas à vacinação, como a logística e a “reação da população” à oferta de vacinas.
Projeções
No Relatório de Inflação, o BC prevê que o Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país), terminará este ano com queda de 4,4% e em 2021, haverá crescimento de 3,8%.
A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 4,3%, este ano, e 3,4%, no próximo ano.
– Kelly Oliveira – Repórter da Agência Brasil – YWD 50704