Morro Dois Irmãos, no Rio, se transforma em tela de cinema até domingo
24 de janeiro de 2021O Morro Dois Irmãos, pelo lado de São Conrado, na zona sul do Rio de Janeiro, vai se transformar de hoje (22) até o domingo (24), em uma tela de cinema com dimensão equivalente a 500 metros, no evento Projeta Rocinha, sempre a partir das 19h. Serão exibidos longas, curtas, clipes, mensagens e intervenções poéticas, além de mensagens de saúde pública relacionadas à prevenção da covid-19 (#vacinajá). Os organizadores estimam uma plateia de 100 mil pessoas. O som será via streaming, com transmissão também pela rádio comunitária local.
“Os 100 mil moradores da Rocinha viverão a experiência de presenciar a maior projeção da América Latina, assistindo a conteúdos afirmativos que surgiram do vulcão de criatividade e atitude da própria favela, a vida que reluz na Rocinha”, disse a diretora e coordenadora-geral do evento, Mariana Marinho.
Com a pandemia do novo coronavírus (covid-19) e a necessidade do distanciamento prolongado, surgiu a preocupação com a saúde, tanto física quanto emocional dos moradores, explicou Mariana.
A proposta do Projeta Rocinha, segundo Mariana, “é oferecer arte como respiro, abrindo o início do novo ano, depois de meses seguidos de pandemia”.
“Trazer a força e grandeza do evento, transmitir o conceito de uma nova experiência nunca vivenciada antes. O evento tem o caráter divertido de um festival, mas, ao mesmo tempo, é empoderador, dando força à cultura, às minorias, à geografia do local, às ações e aos movimentos culturais já existentes na favela”, disse.
O Projeta Rocinha foi organizado pela Dona Rosa Filmes, da produtora Mariana Marinho, e por Maurício Soca, morador e produtor cultural da comunidade. A intenção é mostrar a força e a potência da considerada maior favela da América Latina. A preparação contou com a participação de artistas e moradores da comunidade na curadoria do evento.
Os três longa-metragem que serão exibidos já somaram cerca de 14 milhões de espectadores. Os filmes são Minha Mãe é uma Peça 3, de Susana Garcia; Fala sério, Mãe!, de Pedro Vasconcelos, e Gonzaga: De pai para filho, de Breno Silveira. Esse longa foi escolhido por representantes e artistas da comunidade, grande parte de origem nordestina.
Antes dos filmes serão projetados curtas-metragens, ente eles, Janelas Daqui, de Luciano Vidigal, realizado durante a pandemia, abordando os impactos da covid-19; Lá do Alto, também de Luciano Vidigal, filmado no Dois Irmãos; A fábula da Vó Ita, de Joyce Prado e Thalita Oshiro, que aborda a importância do cabelo crespo; e Alma Crespa, de Paulo China e Rebecca Joviano, sobre o feminismo negro.
Nos clipes musicais de diversos artistas, a programação vai exibir Pra dizer adeus, Sonífera ilha e Enquanto houver sol, dos Titãs; De ontem, Liniker e os Caramelows; Náufrago, de Majur; Fica em casa, de Marília Coelho; e Who’s that boy? e Te ligo e vc não atende, de Luthuly.
– Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil – YWD 983615