MEC repassa R$ 35,2 milhões adicionais para custear transporte escolar por barcos

MEC repassa R$ 35,2 milhões adicionais para custear transporte escolar por barcos

21 de janeiro de 2025 Off Por Mauro Vaz

Recursos já estão disponíveis para uso dos entes federativos. Medida visa garantir mais equidade no transporte escolar de crianças e jovens, especialmente na região Norte do Brasil

O Ministério da Educação (MEC), por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), efetivou o pagamento de R$ 32.531.311,09 referente ao adicional de 50% para o transporte escolar aquaviário, anunciado no final de 2024. O foco é a melhoria das condições de deslocamento dos alunos, especialmente em estados da região Norte, como Pará, Amazonas, Acre e Amapá.

De acordo com o ministro da Educação, Camilo Santana, o repasse tem como objetivo garantir mais equidade no transporte de crianças e jovens, especialmente na região Norte do Brasil, onde o transporte aquaviário – por mar e rio – é essencial para o acesso à educação. “Com esse recurso estamos atendendo estudantes de regiões geograficamente mais complexas, de acesso mais difícil, com muitos rios, e que precisam ir para a escola de barco. Estamos buscando garantir um transporte de qualidade e com segurança para que jovens e crianças possam frequentar a escola, principalmente aqueles da região Norte”, explicou.

Os recursos foram repassados por meio do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate), que visa custear as despesas com a manutenção e operação de veículos e embarcações utilizadas no transporte escolar de estudantes residentes em áreas rurais.

Repasses por estado – Os valores já estão disponíveis para os entes federativos, e os repasses atendem principalmente aos estados da região Norte, que enfrentam desafios maiores relacionados ao transporte escolar. O Pará, por exemplo, recebeu R$ 18,7 milhões, enquanto o Amazonas recebeu R$ 9,3 milhões. Outros estados também foram beneficiados, como Acre (R$ 2,2 milhões) e Amapá (R$ 876 mil), que, juntos, somam a maior parte do montante.

Desafios – O transporte aquaviário é essencial para os estudantes de áreas de difícil acesso, onde as distâncias e a falta de infraestrutura rodoviária tornam o transporte terrestre muitas vezes inviável. No entanto, essa modalidade enfrenta desafios adicionais, como o alto custo de manutenção das embarcações, a precariedade das vias aquáticas e a sazonalidade das condições climáticas. Segundo a presidente do FNDE, Fernanda Pacobahyba, “a prioridade do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate) é garantir que esses estudantes, especialmente os que vivem em localidades isoladas, possam acessar a educação básica de maneira segura e regular”.

Em estados como Pará e Amazonas, onde a rede de transporte escolar aquaviário é uma das mais extensas do país, o aumento dos repasses de recursos é fundamental para garantir a continuidade do atendimento e a melhoria da qualidade do serviço.

Pnate – O Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar tem como objetivo apoiar o transporte escolar de alunos da educação básica pública residentes em áreas rurais, por meio de assistência técnica e financeira. A transferência automática de recursos é feita diretamente a estados, municípios e ao Distrito Federal, para custear despesas com manutenção, combustíveis, seguros e outros custos operacionais dos veículos ou embarcações utilizadas no transporte escolar.

Os recursos são calculados com base no censo escolar e distribuídos em duas parcelas anuais, preferencialmente em março e agosto. O programa é executado pelo FNDE, autarquia responsável pelos repasses e pela supervisão da aplicação dos recursos.

O programa tem como prioridade atender os estudantes de zonas rurais, que muitas vezes dependem de modalidades alternativas de transporte, como o aquaviário, devido à falta de infraestrutura rodoviária.

Este esforço visa não apenas garantir o acesso à educação, mas também promover a equidade e a inclusão, especialmente para as crianças e jovens de regiões mais afastadas, como as do Norte do Brasil.