Em dois meses de PIX, comércio vê adesão crescer entre microempresas

Em dois meses de PIX, comércio vê adesão crescer entre microempresas

22 de janeiro de 2021 Off Por Allan David

Até dezembro, o Banco Central já havia registrado 92 milhões de transações pelo novo sistema

O comércio varejista se apropriou rápido das facilidades do PIX, o novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, que completou neste sábado (16) dois meses de funcionamento. Com os recebimentos ocorrendo em até dez segundos, os lojistas goianos, principalmente microempreendedores, que têm acesso direto para conferir o crédito na conta da empresa, comemoram a chance de gerar fluxo de caixa e capital de giro numa fração de tempo bem menor, por exemplo, do que as 48 horas necessárias para compensação dos boletos.

Usando PIX, os estabelecimentos comerciais também encontraram uma alternativa para economizar nas taxas de maquininhas de cartão. É o que ocorre na loja de capinhas de celular da empreendedora Brunna Sandoval, onde as entradas via PIX já representam 30% da receita mensal da empresa. A cada R$ 1 mil em compras pagas com o novo sistema, a loja economiza R$ 20 em taxas administrativas que seriam cobradas em operações com cartão de crédito.

“Além da economia, tem também a praticidade. Tudo acontece muito rápido e, por isso, é cada vez maior a preferência dos clientes pelo PIX”, analisa Brunna Sandoval. E Juliana Castro, dona de uma shakeria em Aparecida de Goiânia, também diz que notou uma rápida adesão dos clientes ao PIX. “É igual ao cartão de crédito, já não dá para não oferecer essa forma de pagamento.”

No primeiro mês do PIX, o sistema movimentou R$ 83,4 bilhões no País. Foram mais de 92 milhões de transações, conforme anunciou o Banco Central no balanço parcial do sistema.

Para o presidente da FCDL-GO (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Goiás), Valdir Ribeiro, a criação do PIX, somada à popularização dos bancos digitais, tende a acirrar a disputa das instituições bancárias pelas empresas do comércio varejista. No entendimento de Valdir, isso deve provocar a queda no valor das taxas administrativas e, consequentemente, possibilitar a venda de mercadorias com valores mais atrativos.

“É um ciclo no mercado: se baixa o valor da matéria-prima, o fornecedor vende com preços mais vantajosos, criando condições para o lojista oferecer seus produtos com valores competitivos. Um dia, uma startup aproveitou a chance e revolucionou o serviço de transporte privado de passageiros; foi um marco nessa indústria. Agora, é hora de reinventar o sistema de pagamentos, gerando economia de tempo e dinheiro para as empresas e os consumidores”, conclui Valdir. (Redação)