Aparecida de Goiânia comprova três casos de reinfecção pela Covid-19

Aparecida de Goiânia comprova três casos de reinfecção pela Covid-19

27 de abril de 2021 Off Por Redação

Secretaria Municipal de Saúde informou que pacientes tiveram a doença duas vezes em intervalo superior a 90 dias. Dois deles foram reinfectados pela variante P1, identificada pela primeira vez em Manaus

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, divulgou na tarde desta segunda-feira (26) que o município comprovou três casos de reinfecção pela Covid-19. Conforme a pasta, os pacientes tiveram a doença duas vezes em um intervalo superior a 90 dias. Dois deles foram reinfectados pela variante P1, identificada pela primeira vez em Manaus.

Conforme a secretaria, o primeiro caso trata-se de um homem de 60 anos, hipertenso, que foi assintomático no primeiro episódio e que, 94 dias depois, testou positivo mais uma vez para a Covid-19, apresentando sintomas como perda de olfato e paladar. Este caso foi em 2020 e as variantes são consideradas de menor preocupação, conforme a SMS.

O segundo caso comprovado refere-se a uma mulher de 25 anos com bronquite, que se reinfectou em um intervalo de 188 dias, o que é equivalente a pouco mais de seis meses. O terceiro registro é de um homem de 25 anos sem comorbidades, que se infectou novamente após 225 dias, ou seja, em torno de sete meses. A secretaria disse que os dois últimos relataram sintomas mais leves na segunda vez que manifestaram a doença e ambos foram reinfectados pela variante P1.

As análises dos casos de reinfecção foram encaminhadas à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que, segundo a Secretaria de Saúde, atestou as ocorrências na última sexta-feira (23).

A prefeitura informou que, no início deste mês, lançou um programa próprio de sequenciamento genético, que possibilitou a identificação dos casos. O secretário de Saúde Alessandro Magalhães afirmou que o município já realizou cerca de 250 mil testes RT-PCR e que todas as amostras coletadas estão armazenadas em um banco de dados para estudos.

Outros resultados

O município informou que já analisou 126 amostras de casos confirmados da doença, sendo que 97 tinham sido concluídas até a última sexta-feira (23). Entre as amostras, 46 foram coletadas no ano passado e 51 neste ano.

A diretora de avaliação de políticas de saúde e responsável pelo programa de sequenciamento, Érika Lopes, explicou que não foram identificadas variantes do coronavírus nos materiais de 2020 que foram analisados. Já nas amostras coletadas neste ano, 58,8% foram infectados pela variante P1 e 3,9% pela variante B.1.1.7, detectada no Reino Unido em setembro de 2020. “

Ela explicou ainda que, além disso, dos 22 pacientes com menos de 60 anos e sem comorbidades que desenvolveram formas graves e precisaram de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), 19 foram infectados por uma dessas duas variantes, que juntas foram responsáveis pela contaminação de 86,3% dos pacientes desse grupo estudado.

A diretora explicou que o sequenciamento genético é importante para relacionar os dados obtidos com as informações epidemiológicas dos pacientes para tentar entender melhor a dinâmica de evolução e dispersão do vírus e monitorar as variantes. Ela disse ainda que os dados são preocupantes.

“Essas são variantes consideradas de preocupação, que são monitoradas internacionalmente, inclusive. É preciso esclarecer que enquanto o Sars-CoV-2 estiver circulando, infectando e reinfectando pessoas, ele sofre mutações. Esse é um processo natural da replicação do vírus. Algumas dessas mutações podem garantir um maior poder de adaptação, gerando novas linhagens mais infectantes, letais ou com escape imunológico”, disse.

Por Guilherme Rodrigues, G1 GO

Foto: Ênio Medeiros