GLP-1 emagrece?
22 de dezembro de 2021Você provavelmente é ou conhece alguém que buscou uma forma de emagrecer rapidamente para o verão; infovital conversou com médica e respondeu as dúvidas sobre o GLP-1, um hormônio atrelado ao emagrecimento
Recentemente, algumas influenciadoras digitais mencionaram o GLP-1 como um método para emagrecer, despertando curiosidades no público e aumentando a busca sobre o assunto.
Acontece que muitos métodos são ensinados nas redes sociais — a maioria sem embasamento científico — e é por isso que hoje o infovital trouxe as respostas para algumas das perguntas sobre um dos hormônios mais desejados do mundo.
GLP-1 significa peptídeo semelhante ao glucagon 1. Trata-se de um hormônio que fica alocado em nosso trato gastrointestinal e que pode ser estimulado através de um aminoácido inserido em nossa dieta, chamado leucina. Ele possui diversas funções, entre elas o direcionamento do nosso apetite.
O que é o GLP-1?
GLP-1 significa peptídeo semelhante ao glucagon 1. Trata-se de um hormônio que fica alocado em nosso trato gastrointestinal e que pode ser estimulado através de um aminoácido inserido em nossa dieta, chamado leucina. Ele possui diversas funções, entre elas o direcionamento do nosso apetite.
“Naturalmente, nós estimulamos esse hormônio da saciedade através de refeições ricas em proteínas e uma das opções pode ser o próprio colágeno ou uma dose de whey uma hora antes da refeição. Isso auxilia na produção de GLP-1, te mantendo satisfeito por mais tempo”, explica a médica Dra. Denise de Carvalho, especialista da Jolivi Natural Health.
1 – O GLP-1 emagrece?
#FATO
Umas das principais funções do GLP-1 é retardar o esvaziamento gástrico, diminuindo o apetite. Na maioria dos medicamentos para emagrecer encontram-se alguns reguladores que fazem parte dele, como a albiglutida, liraglutida e a exenatida.
Numa meta-análise publicada no HHS Public Acess em 2014, cientistas observaram que os efeitos do GLP-1 iam além de retardar o apetite. Descobriu-se que o hormônio também atua nos receptores centrais entre cérebro e intestino, fazendo com que os efeitos da saciedade sejam fisiológicos e psicológicos.
Estudos também acompanharam pacientes obesos e diabéticos sob efeitos do GLP-1 em forma subcutânea, duas vezes ao dia durante 26 semanas. Ao fim da avaliação, os pacientes perderam entre 1,8 e 4,1 quilos.
2- O GLP-1 pode auxiliar em tratamentos de diabetes tipo 2?
#FATO
Recentemente, alguns estudos mostraram a eficácia do GLP-1 além do emagrecimento, pois este hormônio possui uma potente ação hipoglicêmica. Segundo estudo publicado na American Diabetes Association, os cientistas acompanharam os resultados da administração subcutânea contínua de GLP-1 em 16 idosos diabéticos por três meses.
No decorrer da análise, pode- se perceber a diminuição da glicose de todos os participantes, mostrando atividade insulinotrópica nos pacientes devido à sua capacidade de melhorar vários defeitos metabólicos, provando ser uma terapia de eficácia para o diabetes tipo 2.
3 – GLP-1 pode causar infertilidade pela quantidade de hormônios liberados?
#BOATO
Muito pelo contrário. O uso do GLP-1 foi recentemente considerado como determinante no tratamento de pacientes com SOP (Síndrome do Ovário Policístico). Isso porque o índice de massa corporal elevado está associado a um pior prognóstico de fertilidade, e a SOP pode levar essas mulheres ao sobrepeso.
Um estudo publicado no The Journal of Clinical Endocrinology e Metabolism em 2020 avaliou os efeitos do GLP-1 em 72 mulheres obesas diagnosticadas com SOP por 26 semanas. Ao fim da análise, as pacientes perderam em média 5,2 kg, os níveis dos hormônios também mostraram melhora nos sangramentos, resistência à insulina e diminuição de testosterona.
4 – O GLP-1 pode ser usado em tratamentos para o câncer?
#FATO
Uma análise feita pela Universidade Federal do Paraná mostrou que uma das moléculas do receptor GLP-1 chamada exenatida pode ter efeito pró-apoptótico — ou seja, estimula as células cancerígenas a cometerem suicídio.
Durante o estudo, os cientistas testaram diferentes doses de hormônios para cada caso particular. A molécula presente no GLP-1 diminuiu em 40% as células cancerígenas de pessoas com predisposição genética à doença, mostrando-se eficaz na apoptose celular (morte das células).
5 – GLP-1 traz riscos cardiovasculares?
#BOATO
Ao contrário do que dizem, o GLP-1 é um excelente aliado na saúde cardiovascular. Um estudo feito pela Universidade de Malta analisou a incretina (uma das moléculas do GLP-1) como terapia cardiovascular.
Os cientistas explicam no estudo que seus benefícios estão relacionados pela resposta que o GLP-1 tem sob nosso organismo, pois GLP 1 não trabalha sozinho. Ele e seus aminoácidos, chamados de receptores, ajudam na liberação da insulina pelas células pancreáticas e atuam diretamente no controle da glicose e ajudando na saúde cardiovascular.
Atenção: em algumas pesquisas o uso do GLP-1 foi feito de forma subcutânea. Se você deseja fazer o tratamento para perda de peso, é ideal que mude seus hábitos e entenda com um profissional de saúde qual a melhor forma de utilizar essa estratégia para o emagrecimento.
Por Fernanda Mayane