
Zé Roberto mostra preocupação com levantadoras e assume culpa por derrota no Mundial
9 de setembro de 2025José Roberto Guimarães está feliz. Cansado, após cerca de 30 horas de voo da Tailândia, com escala de sete horas na Turquia, mas feliz com o bronze conquistado pela seleção brasileira feminina de vôlei no Mundial. Antes do descanso, na casa onde mora em Barueri, Zé Roberto mostrou-se satisfeito no desembarque da equipe (ou parte dela) no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
– O sentimento é de orgulho. A gente vem encontrando as pessoas e todos os brasileiros elogiando o que a gente fez no Mundial: a nova geração que está aparecendo, a atitude que essas meninas tiveram durante esse tempo. A gente jogou de igual para igual contra a melhor seleção do mundo, que é a Itália, campeã olímpica. A gente esteve muito perto. Foi um jogo decidido em dois pontos. A gente eprdeu o tie-break de 15 a 13 e a gente colocou a Itália numa situação difícil. E depois ganhamos do Japão, menos de 16 horas depois, tendo jogado um 3 a 2 – analisou o treinador tricampeão olímpico.
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José Roberto Guimarães, técnico da seleção feminina de vôlei — Foto: Marcin Golba/NurPhoto via Getty Images
Sobre a nova geração, Zé Roberto comentou a atuação da líbero Marcelle, que fez sua primeira temporada com a camisa da seleção brasileira e, nas redes sociais, ganhou o apelido de filha da Fabizinha, sendo chamada até de Marcelle “Alvim” Arruda.
– A Marcelle foi muito bem, jogando pela primeira vez contra esse nível de jogadoras. Ela se sentiu muito à vontade e foi abraçada pelas companheiras. A forma como encarou as primeiras competições pelo Brasil foi muito natural. Ela tem que melhorar, mas ela é jovem (23 anos). É um time promissor – elogiou.
A respeito das levantadoras Macris, com 36 anos, e Roberta, com 35, o treinador mostrou preocupação e disse que está atento às categorias de base da seleção e às jovens da Superliga.
– Sempre é (uma preocupação). A gente tem algumas levantadoras que estão sendo trabalhadas no Brasil. A gente precisa ver como elas vão se encontrar agora na Superliga, como vão se desenvolver nos seus times. Falei exatamente isso com a equipe: quando a gente vem jogar fora, o nível é muito alto, os times arriscam, mas erram pouco. E as levantadoras: a gente precisa desse desenvolvimento, não tem jeito. Tenho acompanhado a base, algumas muito jovens, elas precisam jogar, precisam mostrar nos seus times da Superliga podem ser convocadas ou convidadas. Estamos próximos dos times de base – contou Zé Roberto.
Em relação às críticas que a ponteira Júlia Bergmann recebeu, principalmente nas redes sociais, após a derrota para a Itália na semifinal, Zé Roberto revelou que teve uma conversa particular com ela, mas que a culpa pela derrota para a seleção que acabou campeã do mundo é dele.
– A gente conversou, e acho que é uma coisa muito particular. Na realidade, a culpa é minha. Não é Júlia, não é Gabi. Nós tivemos 29 erros, a Itália fez 19. Nós fizemos 22 pontos de bloqueio, a Itália 12 ou 13. Então são coisas que acontecem. Isso faz parte do time, dessa melhora, dessa evolução, passar por esses momentos de dificuldade. Mas a culpa é sempre do treinador – afirmou, aos 71 anos.
Medalhistas de bronze no Mundial da Tailândia, Gabi, Rosamaria, Roberta, Júlia Kudiess, Júlia Bergmann, Macris e Kisy não voltaram com o grupo para o Brasil e se dividiram em voos para Europa e a Austrália.
Nesta semana, além de descansar com a família e retomar o trabalho junto ao time de Barueri, Zé Roberto também vai acompanhar o SP Open, torneio WTA 250 que está sendo disputado em São Paulo até o próximo domingo, com transmissão do sportv3.
– Sou muito fã da Bia Haddad, da Ana Candiotto, da Ingrid Martins, essas duas que passaram lá no projeto (em Barueri). E é muito legal ver essa garotada subindo, melhorando, evoluindo, e vou estar lá na torcida. A Victória Barros jogou com meu neto (Felipe). A Naná Silva é outra revelação do tênis brasileiro. Vou estar lá na torcida batendo palma – concluiu.
Por Marcel Merguizo — São Paulo GE