A temporada da F1 vai começar! 10 itens para ficar de olho
25 de março de 2021Mudanças de equipes, estreia de novatos, a volta de um velho conhecido e chance do octacampeonato de Hamilton; entenda as principais novidades da F1 para este ano
Após meses de espera, a F1 está de volta. A temporada 2021 da categoria dará a largada já neste domingo, com a primeira etapa do ano, o GP do Bahrein. E para não te deixar na mão, preparamos uma lista com dez coisas para ficar de olho, que vão desde as mudanças técnicas até as esportivas, passando pelas novidades no mercado de pilotos.
1. Hamilton octa, maior vencedor e pole de três dígitos
Na última temporada da Fórmula 1, Lewis Hamilton se sagrou não apenas heptacampeão mundial – igualando a marca que antes pertencia apenas a Michael Schumacher.
O britânico também se tornou o maior vencedor da história da categoria com 95 vitórias, o maior detentor de pódios, com 165 aparições, e de pole positions, largando na frente do grid em 98 ocasiões e podendo chegar a 100 neste ano.
Dada a provável manutenção da hegemonia da Mercedes, o heptacampeão é o homem a ser batido em 2021 e terá todas as condições para ampliar ainda mais sua dominância e os assombrosos números que registrou em 14 anos de F1.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
2. Dança das cadeiras com efeito dominó
A dança das cadeiras foi forte em 2020, com várias trocas de equipes por pilotos que já estavam na F1 há um tempo. E a principal peça desse dominó foi Carlos Sainz, anunciado pela Ferrari antes mesmo de a temporada passada começar.
A ida de Sainz para a Ferrari fez com que a McLaren corresse para a achar um substituto. E não foi qualquer um! A equipe britânica conseguiu convencer Daniel Ricciardo a se juntar ao time após apenas dois anos na Renault.
A equipe francesa, por sua vez, foi atrás de um velho conhecido para ocupar a vaga do australiano e contratou Fernando Alonso para comandar a reestruturação do time pelo qual foi bicampeão em 2005 e 2006 e que mudou de nome em 2021: agora se chama Alpine.
Fora da Ferrari também por causa da ida de Sainz, Vettel se viu sem vaga na F1 para 2021, mas acabou assinando com a Aston Martin, no lugar de Sergio Pérez, nesta nova fase da equipe sob a direção do bilionário Lawrence Stroll.
Pérez, por sua vez, beneficiou da performance aquém do esperado de Alexander Albon na RBR para herdar uma vaga na equipe austríaca ao lado do prodígio Max Verstappen.
3. A volta dos que não foram (Alonso)
Fernando Alonso está de volta à Fórmula 1 na temporada de 2021. O espanhol de 39 anos assinou contrato com a Renault (agora Alpine), equipe pela qual foi bicampeão mundial, em 2005 e 2006. Alonso estava fora da categoria desde o fim de 2018, quando decidiu deixar a McLaren.
Alonso, que será companheiro de equipe do francês Esteban Ocon, assinou por dois anos, com opção para mais um, podendo ficar até 2023. Desde que deixou a F1, o espanhol deu a entender que poderia retornar à categoria caso tivesse um pacote competitivo. No entanto, as portas de Mercedes, Ferrari e RBR, as três principais equipes das últimas temporadas, jamais estiveram abertas.
Na pré-temporada, o veterano teve uma boa experiência, sem problemas e com muitas voltas acumuladas e com a evolução de um carro capaz de conquistar três pódios no ano passado.
4. Novatos – Tsunoda, Mazepin e Schumacher
Se em 2020 a categoria teve apenas uma estreia, a de Nicholas Latifi na Williams, em 2021 a leva de novatos é três vezes maior. E uma dessas estreias traz de volta para a F1 um sobrenome que está marcado na história da categoria: Schumacher.
O filho do heptacampeão mundial Michael, o jovem Mick, fará sua primeira temporada como titular na Fórmula 1 pela equipe Haas, após a conquista do título da F2 no ano passado. Ao seu lado, o alemão terá como companheiro o também estreante Nikita Mazepin, da Rússia.
Além da dupla, o outro novato é o japonês Yuki Tsunoda, de 20 anos, que chega na Alpha Tauri para substituir o russo Daniil Kvyat, agora piloto de testes da Alpine.
5. Mudanças técnicas e esportivas
Teto orçamentário: uma das maiores mudanças da história, entra em vigor em 2021 e foi inicialmente estabelecido em US$ 145 milhões, sofrendo reduções para US$ 140 milhões em 2022 e US$ 135 milhões em 2023.
Esse limite cobre todos os aspectos da gestão de uma equipe de Fórmula 1, com algumas exceções: despesas de marketing, salários dos pilotos e dos três funcionários mais bem pagos. Também não entram os custos de licenças maternidade, paternidade e licença médica dos funcionários, bem como o custo de benefícios médicos para o pessoal da equipe e pacotes de demissão.
As equipes também podem gastar US$ 45 milhões a parte, relativos a “despesas de capital”, como a compra de máquinas para suas fábricas – até o final de 2024.
Assoalho: a mudança que mais impacta os carros em 2021 foi feita na parte de baixo no carro, nos assoalhos. Antes com diversas “abas” aerodinâmicas para melhorar a performance do carro, agora os dispositivos precisam ser quase todos planos e ocupar uma área externa menor, o que deve reduzir em 10% a eficiência aerodinâmica e dará mais trabalho aos pilotos para segurar o carro, melhorando o espetáculo para os fãs.
Abaixo, a parte em vermelha representa o assoalho em 2020. A parte em azul, a peça em 2021.
Peso mínimo: em 2021 os carros tiveram um aumento no peso mínimo dos carros (sem combustível), passando de 746 kg em 2020 para 752 kg em 2021. O peso mínimo dos motores também subiu de 145 kg em 2020 para 150 kg em 2021. A mudança serve para evitar que times mais ricos gastem fortunas em materiais mais leves e mais caros, aos quais as equipes mais modestas não têm acesso.
6. Fim da Mercedes rosa e do DAS
Mercedes rosa: para evitar um novo caso de um time copiando as peças de outros, após diversos times protestarem contra a Racing Point pelo fato da equipe ter feito um carro muito parecido com a Mercedes de 2019, a FIA endureceu as regras sobre as cópias de peças e sobre os acordos para a negociação de propriedade intelectual entre as escuderias.
DAS: a inovação chamou a atenção de fãs, jornalistas e outras equipes nos testes em Barcelona de 2020, quando a câmera onboard do carro de Lewis Hamilton flagrou o inglês recuando o volante na entrada das retas e avançando-o antes da aproximação das curvas. Diretor técnico da Mercedes, James Allison informou, na época, que o dispositivo foi autorizado pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA).
Contudo, com a FIA acrescentou uma emenda nada simples de compreender no regulamento para dar fim à inovação a partir de 2021: “O realinhamento das rodas deve ser definido exclusivamente pelo movimento do piloto em um único volante autorizado, com apenas um grau de liberdade, que deve ser rotacional, e a relação entre o ângulo de cada roda direcionada e o ângulo do o volante deve ter uma função estritamente monótona”.
7. Parceria entre McLaren e Mercedes
Após altos e baixos nas parcerias com a Honda e Renault – com a qual conquistou três pódios, um em 2019 e dois em 2020 -, a McLaren voltará a ser alimentada pela unidade de potência da Mercedes, reeditando uma parceria que rendeu 230 pódios entre 1995 e 2014 e o título de pilotos mais recente, em 2008, com Lewis Hamilton.
Embora o regulamento não permita grandes mudanças técnicas nos carros, a retomada da relação com a marca se dá, também, em uma das melhores fases do motor Mercedes. Além do time heptacampeão de construtores, o ano de 2020 também foi marcado pela evolução da Racing Point (hoje Aston Martin), que brigou pelo posto de terceira força do campeonato com a unidade de potência da montadora alemã.
8. Treinos menores, menos tempo de evento e corridas classificatórias
Em 2021, os pilotos e equipes terão menos tempo para ajustar os carros. Antes com 1h30, os dois primeiros treinos livres terão agora a mesma duração do terceiro treino, que é de 1h. A medida foi tomada justamente para ter mais ação na pista e menos tempo para os pilotos e times se sentirem confortáveis, o que pode apimentar a definição do grid.
Além disso, o tempo máximo do evento (incluindo interrupções por bandeira vermelha) foi de 4h para 3h. Já o tempo limite de corrida (sem interrupções), que entra em ação caso os carros não consigam completar todas as voltas da prova (ou a distância aproximada de 305 km), segue sendo de 2 horas.
Outra novidade são as corridas classificatórias, que ainda não foram aprovadas, mas que parece questão de tempo para o ok de equipes, da F1 e FIA. Em 2021, este tipo de evento seria feito em três GPs (Inglaterra, Itália e São Paulo) aos sábados e serviria para formar o grid da corrida de domingo, além de dar pontos aos três primeiros. A ideia é ter mais ação no fim de semana de corrida.
9. Novidades no calendário
Embora ainda esteja sujeito a mudanças devido à pandemia do coronavírus, o calendário de 2021 da F1 conta com algumas surpresas, incluindo as estreias dos GPs da Holanda, em Zandvoort, e da Árabia Saudita, em Jidá. O campeonato também conta com o retorno da pista de Imola, que foi incluída na temporada passada excepcionalmente após 14 anos de ausência da categoria, e do autódromo de Portimão, palco inédito do GP de Portugal em 2020.
A etapa vai ocupar a data do dia 2 de maio, antes destinada para o GP do Vietnã – que também estrearia na F1 em 2021.
10. Decisão do título pode ser no Brasil
A incerteza gerada pela situação da crise sanitária que o mundo enfrenta no atual momento fez com que as provas da primeira parte do calendário 2021, como os GPs da Austrália e China, fossem adiadas.
Com isso, a categoria optou por realocar o GP de São Paulo (novo nome do evento realizado no Brasil) originalmente marcado para o dia 14 de novembro, no dia 9 do mesmo mês. Desse modo, a etapa disputada em Interlagos passa a ser a 19ª de um total de 23 corridas, período do ano em que, desde 2017, os títulos mundiais foram decididos na F1. A última vez que Interlagos sediou uma decisão de campeonato foi em 2012, ano do tricampeonato de Sebastian Vettel.