Quando retornar a atividade física após infecção por Covid-19? Veja a nova diretriz

Quando retornar a atividade física após infecção por Covid-19? Veja a nova diretriz

7 de julho de 2021 Off Por Redação

Inegavelmente a pandemia da Covid-19 mudou as relações interpessoais e as práticas do dia a dia das pessoas em todo o mundo, com as restrições de aglomerações e “lockdowns” diversas pessoas deixaram de praticar atividade física e o índice de sedentarismo se elevou. Além disso, a doença viral, além de afetar diretamente os pulmões, também foi capaz de afetar os sistemas cardiovascular, imunológico, neurológico, hematológico e renal. 

Mais de um quarto dos pacientes tiveram alguma agressão ao coração, o que pode ter levado a intolerância ao exercício, piora ou precipitação de doenças pré-existentes e até mesmo novas arritmias. Outro ponto importante a se considerar são as lesões pulmonares e a fadiga que persistem por um longo período a ponto de se cronificarem.

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Diante dessas considerações podemos afirmar que a atividade física deve ser um importante instrumento para recuperação pós Covid-19, trazendo benefícios físico e mentais. Entretanto esses pacientes necessitam ser avaliados pelo risco de complicação, pensando assim o Australasian College of Sport and Exercise Physicians desenvolveu diretrizes para orientar os médicos a guiar seus pacientes para um retorno seguro as atividades físicas.

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Primeira etapa: determinando o risco

Os pacientes foram divididos em 3 categorias de risco com o intuito de determinar um retorno apropriado as atividades físicas da forma mais segura:

Pacientes de baixo risco: Pacientes abaixo dos 50 anos de idade, assintomáticos da doença ou com sintomas respiratórios brandos resolvidos em até 7 dias, que desejam iniciar atividades físicas recreacionais, não competitivas.

Pacientes de risco intermediário: Pacientes com comorbidades prévias, pacientes que tiveram sintomas mais prolongados (> 7 dias) ou sentiram dispneia ou dor torácica, mas que não necessitaram internação hospitalar. Esse grupo incluí mesmo atletas de elite ou de resistência com os sintomas descritos.

Pacientes de risco elevado: Pacientes necessitaram internação, ainda que o motivo principal não tenha sido por problemas respiratórios.

Segunda etapa: avaliação inicial

Pacientes de baixo risco não necessitam de nenhuma avaliação especial para retornarem as atividades físicas, porém isso só pode ser realizado após um período de 10 dias de doença e mais sete dias sem sintomas. Já pacientes de risco intermediário devem fazer uma avaliação inicial com ECG, troponina e radiografia de tórax. Exames adicionais para a avaliação de patologias prévias podem ser solicitados. Caso haja alteração significativa nos exames o paciente deve ser considerado alto risco. 

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Pacientes de alto risco devem ser avaliados por especialistas como cardiologistas e, ou pneumologistas e devem realizar exames mais elaborados como ecocardiograma, teste ergométrico, laboratório completo com d-dímero, BNP e troponina, TC de tórax e prova de função pulmonar de acordo com a avaliação médica. Sinais de alerta como dor no peito, falta de ar, sinais de trombose, como edema de membros inferiores, taquicardia ou dispneia devem suscitar investigação mais aprimorada e afastamento das atividades até a resolução.

Retorno as atividades

O retorno as atividades deve ser gradual, inicialmente com atividades leves de 15 minutos. As medidas protetivas em relação a infecção pelo coronavírus devem ser respeitadas. O cansaço e a falta de ar como sequelas da doença podem limitar um esforço maior, portanto o incremento nas atividades dever realizado em etapas, quando possível deve-se mesclar exercícios de resistência e explosão.

Conclusão

O retorno a atividade física após infecção por Covid-19 é de suma importância para saúde física e mental, entretanto deve ser feito de forma ordenada para não prejudicar o paciente. 

Autor(a):

Gabriel Quintino Lopes

Sou médico clínico geral e cardiologista, atualmente atuando na área de terapia intensiva, ambulatorial, assistência em enfermaria e coordenação médica. Trabalho no Hospitais Santa Casa em Barra Mansa e na Unidade Cardiointensiva do Hospital São Lucas em Copacabana.